quarta-feira, 29 de maio de 2019

Buenos Aires (23 a 25 de maio de 2019)

Primeiramente, esclareço que não estava em meus planos conhecer Buenos Aires, de modo inicialmente meu vôo de Calafate para BsAs seria no dia 25, e eu apenas faria conexão em BsAs. Mas de última hora, uma amiga resolveu ir para BsAs e me chamou para ficar ao menos dois dias por lá. Então, antecipei meu vôo de Calafate-BsAs para o dia 23. 

Nos últimos anos tenho buscado viajar para locais em que eu esteja mais conectada com a natureza e se possível possa fazer trilhas, portanto, o 'urbano' não faz parte dos meus projetos. Mas como ficaria em BsAs por dois dias, fiz um roteiro básico do que eu gostaria de conhecer adaptado as coisas que mais amo: café, livros e Mafalda, lógico. Ou seja, minhas prioridades em BsAs eram ir ao Café Tortoni, à Livraria El Ateneo e tirar uma foto com a Mafalda, personagem do qual eu super me identifico e sou fã há anos. Pronto, meu roteiro estava formado. 

Cheguei em Buenos Aires no dia 23 de maio no final da tarde, havia combinado com o mesmo taxista que me levou de Ezeiza ao Aeroparque no dia 11, para ele me buscar no Aeroparque e me levar ao Hostel. O nome dele é Cláudio e ele é gente finíssima. Se você não estiver disposto a ir de busão (que é mais barato) e quiser um conforto a mais, super recomendo o Cláudio, anota o telefone dele +5491150176420. 

Reservei o Hostel Malala (ARS 1.245), barato e bem localizado na Recoleta, com estrutura e costumes diferentes, é super simples, mas para quem quer um local para dormir e tomar banho baratinho, cumpre o que promete.

Andei perto do hostel, olhei umas lojinhas e depois fui para o hostel me arrumar, e de lá, com duas amigas, chamamos um uber para ir ao Palermo Soho, chegamos perto das 22h, andamos para escolher algum local mais 'legal' mas estava tudo bem vazio, era uma quinta-feira, final de mês e conforme a atendente de um barzinho nos disse as pessoas estavam 'sin plata'. Paramos numa hamburgueria chamada Diggs, comemos, tomamos uma cerveja e voltamos para o hostel. 

No dia 24 de maio, as meninas foram fazer outra programação e eu saí andando sozinha, meio sem destino, apenas com ideia dos três pontos turísticos que gostaria de conhecer. A livraria El Ateneo ficava a poucos metros do hostel, então esse foi meu ponto de partida.A livraria é um show a parte, que lugar encantador, se eu morasse em BsAs certamente passaria horas por lá. 

Ressalto que neste dia fiz TUDO andando, foi cansativo, mas viável, eu não comprei chip na Argentina mas havia baixado os mapas off-line de todos lugares que fui, e me foi super útil.




Depois segui andando com destino ao Café Tortoni, e no meio do caminho encontrei o famoso Obelisco da cidade. Não me contive em tirar aquelas fotos bem turísticas. 


Prossegui andando e em poucos minutos cheguei ao Café Tortoni, havia uma pequena fila, esperei cerca de 10 min, acredito que a maioria dos clientes ali sejam brasileiros. Na fila fiz amizade com uma senhora argentina, e tomamos café juntas, conversando sobre política (logo eu que não abro a boca para falar de política fiquei horas falando em portuñol) sobre política, religião, praias, e sobre o filho gato dela, que ela ficou frustrada que tinha namorada e queria me apresentar, só não falamos de futebol. 

No Tortoni pedi um cappuccino e o famoso churros, esqueci de pedir o doce de leite para acompanhar, mas mesmo sem recheio foi delicioso. 






Continuei minha odisseia e segui andando até a Casa Rosada, que não fica muito longe dali. Não cheguei a reservar a visita guiada. Mas nos fundos da Casa Rosada tem um Museu muito interessante (no subsolo), gratuito, riquíssimo e que tem uma exposição chamada 'Ejercicio Plástico' bem linda (siga até os fundos do museu e você vai achar). O mural é do artista mexicano David Alfaro Siqueiros juntamente com os argentinos Lino Spilimbergo, Antonio Berni, Juan Carlos Castagnino e o uruguaio Enrique Lázaro., datado de 1933, sendo considerado obra-prima da arte latino–americana e que faz parte do patrimônio nacional. A ideia é transmitir a sensação de como é submergir no oceano dentro de uma caixa de vidro sendo observado, uma sensação bem diferente, não é permitido tirar fotos, então, não deixem de visitar o museu e o mural.
 









Da Casa Rosada, fui andando para Puerto Madero. Já estava morta de fome e doida para comer o chorizo de BsAs. Tirei foto na famosa ponte de la mujer que é uma obra do arquiteto francês Santiago Calatrava, e tirei foto no Navio Museu mantido em sua aparência original de 1898, mas não o visitei. Almoçei no Puerto Madero mesmo, em um restaurante chamado Puerto Cristal, e achei o preço justo (ARS 480) para um prato principal, uma bebida (cerveja ou taça de vinho) e uma sobremesa.




Continuei andando até San Telmo, ao encontro da fofíssima Mafalda e seus amigos. Morri de amores mas sobrevivi. Devo ter andado aproximadamente 25km, mas acabei não ligando o wikiloc para não gastar muita bateria do celular.


À noite fui jantar próximo ao cemitério da Recoleta, que é repleto de barzinhos legais (que em minha opinião achei bem mais legal que Palermo Soho), e ainda experimentei o famoso picolé da sorveteria Luccianno´s, mas no dia seguinte experimentaria um outro melhor ainda.


No dia 25 de maio, acordei cedinho e segui sozinha para o cemitério da Recoleta, no meio do caminho encontrei esse mural lindo que diz 'la vida és rica'. Bem, minha experiência com o cemitério não foi muito boa. Não é um local que me agrade, mesmo que repleto de história. Já fui morrendo de medo, e como cheguei cedo, havia poucos turistas, demorei para encontrar o mausoléu de Evita, e já estava ficando angustiada com aqueles mausoléus enormes e cheio de estátuas de anjos com lanças nas mãos, até que um pombo vez um vôo rasante em minha direção e eu praticamente saí do cemitério correndo.



Após recuperar o fôlego e restabelecer os batimentos cardíacos, segui andando até a Floralis genérica que é uma escultura metálica feita em 1943 situada na Plaza de las Naciones Unidas, feita pelo arquiteto argentino Eduardo Catalano, segundo ele:  Floralis significa que seja parte da flora e genérica derivada do conceito de "gênero" e indica que ela representa todas as flores do mundo.


Uma das características da flor é um sistema elétrico que abre automaticamente e fecha as pétalas, dependendo da hora do dia. Durante a noite a flor fecha e emana de seu interior um brilho vermelho e abre-se pela manhã. Este mesmo mecanismo que abre a flor faz com que esta se feche na presença de ventos fortes. Ele abre todas as manhãs às 8h e termina ao pôr do sol, em um horário que varia conforme a estação. Quando da inauguração, problemas técnicos impediram seu fechamento, mas estes foram resolvidos dois meses depois. 

Há quatro noites especiais em que as pétalas estão abertas: 25 de maio, 21 de setembro e 24 e 31 de dezembro. 

Visitei a flor exatamente no dia 25 de maio, feriado nacional na Argentina no qual eles comemoram a revolução de 1810, que resultou no primeiro Governo argentino, e a independência da Espanha. Um feriado nacional que paralisa o comércio e enfeita a cidade com faixas azuis e brancas, as cores de uma revolução. Perto dali está a Faculdade de Direito, acabei não entrando porque iria ao Caminito ainda.


Da Faculdade atravessei a avenida, e na praça peguei um táxi para o Caminito. Detalhe: ouvi diversas críticas aos táxis de teto amarelo, e realmente achei treta. Antes de entrar perguntei uma estimativa de preço dali até o Caminito a um taxista que me disse que seria  190 a 200 pesos, e tive de pegar o primeiro táxi da fila, ao perguntar ele disse a mesma coisa, e que ligaria o taxímetro. Moral da história, não ligou o taxímetro e no meio do caminho, ao tentar confirmar o valor, ele veio com uma história de 250 pesos. Falei que não pagaria, pois o outro taxista disse que era 190 a 200, ele achou ruim, mas acabou aceitando. Não gostei, e sugiro ficarem atentos. Exijam que eles liguem o taxímetro e acompanhem o roteiro pelo google maps do celular, para verificar se não estão fazendo o caminho mais longo.

Então, o Caminito é bonito por suas cores, mas confesso que não curti a vibe do local, é mega turístico, meio forçado, as pessoas não são tão simpáticas como nos outros lugares que fui. Não me senti à vontade, achei tudo muito caro, mas recomendo para uma passada rápida.




Já final de tarde, peguei um táxi do Caminito de volta ao hostel, dessa vez ele ligou o taxímetro e não tive problemas. Tinha de arrumar minha mochila, dado que combinei com o Cláudio (taxista) para me buscar no hostel  às 23h e me levar para Ezeiza (que é um pouco longe do centro de BsAs, cerca de 40 min de carro). 

Mas após tomar um banho e organizar tudo, como tinha uma horinha de sobra, saí para jantar com umas amigas no restaurante de frente ao Hostel, e a menos de 300m fomos na Sorveteria Rapanui, que eu super recomendo! Tomei o sorvete de Chivas e o tradicional Rapanuino, se eu fechar os olhos ainda consigo sentir o gostinho dessa delícia. 


Fiquei em Buenos Aires por 02 dias e meio, chegando no dia 23 de maio às 15h45 e partindo no dia 25 de maio às 23h, vôo às 04h10 do dia 26. 

Se quiser ler sobre os destinos anteriores é só clicar: Ushuaia, El Chaltén e El Calafate

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Siga @fabianapessoa