quinta-feira, 7 de novembro de 2024

Em continuidade a minha viagem pós San Pedro do Atacama, ainda por (super) sugestão do Rodrigo do Hostel Campo Base, fechei minha Travessia ao Salar de Uyuni, de 4 dias e 3 noites, com a agência Uturunku, então, no dia 14 de outubro, logo cedinho, uma Van passou no hostel para nos levar até a fronteira da Bolívia, cerca de 1h de San Pedro, onde fazemos a imigração e mudamos para 4x4. 


Depois da imigração, adentramos ao Parque Nacional Eduardo Abaroa, no qual pagamos 150 bolivianos por pessoa (cerca de R$ 88 reais). Nesse primeiro dia, passamos pela Laguna Blanca, Laguna Verde, Valle de Dalí, Aguas termales de Polques, Geiser Sol de Mañana, Laguna Colorad e pelo Mirador Laguna Capina. Um lugar mais exótico e perfeito que o outro. No final do dia, dormimos em um hotel bem simples no povoado de Villamar (Jardines de Mallku).










No dia segundo dia de travessia, dia 15 de outubro, visitamos uma área de rochas que formam imagens famosas, a exemplo da copa del mundo, camello petrificado, Italia perdida. Depois visitamos a Laguna de Vinto, Laguna Negra, Valle de Rocas, Gran Cañon de la Anacondae Bofedales de sora.





Passamos pelo Pueblo abandonado de Julaca, onde tem barzinho com wifi e muitas cervejas locais. 






No final do dia, seguimos para o Hotel Palacio de Sal o Luna Salada. 




No terceiro dia de travessia, dia 16 de outubro, chegamos ao Salar de Uyuni de fato. Iniciamos bem cedo, para acompanhar o amanhecer na Isla Incahuasi (dos Cactus Gigantescos). Depois de tomar o café da manhã por ali mesmo, vamos passear um pouco pela planície de sal, onde fazemos umas fotos divertidas. Depois seguimos para visitar o primeiro Hotel de Sal (museo del playa blanca), passamos pela Plazuela de las Banderas e pelo Monumento Dakar, tudo próximo um do outro. 










Seguimos nosso passeio até a feira de artesanato de Colchani, e visitamos o Cemitério de Trens Uyuni. Almoçamos num restaurante perto do 'Cemitério', e fazemos uma visita à cidade de Uyuni, onde ficamos por 2 horas até a agência separar o grupo de quem retornará para San Pedro e quem ficará em Uyuni. 

No final do dia retornamos ao hostal de VillaMar, onde dormimos no primeiro dia de travessia. 



No quarto dia de travessia, dia 17 de outubro, é mais 'curto' pois é o retorno para San Pedro, saindo bem cedinho de Villa Mar, leia-se 5h da manhã, com breve parada nas Aguas termales Polques para tomar um café da manhã, e seguir para fronteira da Bolivia-Chile para o trâmites de ingreso a San pedro de Atacama. Chegamos em torno 12h30 em San Pedro. Voltei para meu hostel, para pegar minha mala, tomar um banho rápido, pois às 15h meu transfer me pegaria para Calama. Eu já estava um caco de cansada, ainda peguei um vôo de 1h até Santiago, um vôo de 5h até Guarulhos e mais 3h30 para Recife... uffaaaa... mas enfim, tirando o cansaço, a viagem é maravilhosa, inesquecível e difícil até de narrar. As fotos não captam nem 20% das belezas locais. 


Vocês não fazem ideia de quantas vezes, nos últimos dez anos, eu bolei roteiros, fechei orçamentos, pesquisei passagens e li blogs sobre e para o Atacama. Acontece que por inúmeros motivos, sempre acabava desistindo, remarcando ou apenas deixando para outra oportunidade. Quem me conhece sabe que sou apaixonada pela cultura Inca, e poderia perfeitamente passar minha vida fazendo todas minhas viagens de férias para os Andes. Acontece que finalmente, realizei essa tão sonhada viagem. 


Um ano antes da viagem, eu havia comprado a passagem pela Decolar, acabou que, talvez ainda por resquícios de um Bornout em 2022, ou por eu fazer do meu trabalho o foco central da minha vida, eu ia acabar (mais uma vez) desistindo dessa viagem, e uns 3 meses antes de viajar, tentei simular o cancelamento, então, uma passagem que eu havia pagado R$ 3.500, iria receber em torno de R$ 350 caso eu quisesse cancelar, então, desisti de desistir, e encarei finalmente a viagem. 

O Deserto do Atacama em si é uma área de cerca de 105.000km2, que abrange o Chile, Bolívia, Peru e Argentina (essa área em amarelo). As temperaturas no deserto variam entre 0 °C à noite a 40 °C durante o dia. Em função destas condições existem poucas cidades e vilas no deserto; uma delas, muito conhecida, é São Pedro de Atacama, que tem pouco mais de 5 000 habitantes e está a 2 400 metros de altitude. Por ser bem isolada é considerada um oásis no meio do deserto e o principal ponto de encontro de viajantes do mundo inteiro (segundo o wikipedia).


Eu geralmente pesquiso hospedagem pelo booking, e dentre a pesquisa encontrei o Hostel Campo Base, por ter um preço e recomendações excelentes, sobretudo em razão da proximidade com a rua principal de San Pedro. Foi a melhor coisa do mundo ter fechado esse hostel, porque o proprietário Rodrigo, foi a melhor pessoa do mundo, e já me ajudou fechando passeios e transfer. Detalhe que eu já tinha pesquisado horrores, e feito várias cotações, e os preços que Rodrigo me passou foram insuperáveis. Não só preço, mais adiante falarei sobre a experiência com as agências. 

Para quem não sabe, San Pedro do Atacama, está distante cerca de 1.627 km de Santiago, então, uma das opções mais conhecidas para se chegar lá, é pegar um vôo de Santiago até Calama (aeroporto mais próximo de San Pedro), distante 100km, então, de Calama você precisa um transfer/alugar um carro para San Pedro, percurso sinuoso, percorrido em torno de 1h20. 

Minha saída de Recife foi no dia 10 de outubro, uma quinta-feira, às 3h, chegando em Guarulhos às 6h15. A partida para Santiago foi às 8h35, com chegada às 12h54, com todo aquele trâmite de passagem pela imigração, retirada de mala, e mudança do terminal Internacional para o Nacional, uma caminha de menos de 15 min. Meu vôo de Santiago para Calama foi às 17h, com chegada em Calama às 19h. Eu já tava um caco, mas ainda tinha um transfer e um percurso de 1h20 até San Pedro do Atacama. 

Devo ter chegado no Hostel em torno das 21h30, fiz meu check-in, e corri para tomar um banho e CAMA. Como a "princípio" eu teria 10 dias, não havia pressa em fazer os passeios, por isso que optei por descansar na manhã do meu primeiro dia (11 de outubro), e somente faria meu tour às 14h da tarde. Eu falei "a princípio" entre aspas, porque tudo estava programado para eu ficar 10 dias, mas como minha cachorra teve filhote, eu antecipei meu retorno, encurtando 3 dias da minha viagem. 

Antes do tour, deu tempo de ir ao centro e almoçar direitinho. Um dos primeiros restaurantes que encontrei já era um dos que havia listado em minhas pesquisas: Ckunza Tilar Restaurant, e escolhi o Lomo Saltado, que custou 18.000 pesos chilenos (em torno de R$ 105), que é um prato típico peruano de carne com batatas, que eu já conhecia desde a época que estive em Cusco. 
















Retornei ao hostel, e esperei a agência me buscar. Meu primeiro tour foi para Valle de La Luna, e a empresa foi a Atacama Magic. Incrível como o deserto te surpreende de inúmeras maneiras, sobretudo com paisagens incríveis. O Valle de La Luna é um misto de dunas e pedras, em tons incríveis, onde dominam as formações rochosas pela erosão e áreas cobertas de sal. Subimos a Duna Mayor e temos uma vista que faz você se sentir como se estivesse em outro planeta.
























Seguimos cruzando o vale de maneira transversal, visitando as conhecidas formações rochosas: as Tres Marías, o Cano e o Anfiteatro. 



























Para terminar o percurso, desfrutamos do pôr do sol no mirante de Kari (Pedra do Coyote), lugar no qual você vai poder observar como o deserto vai mudando de cor, com vulcões enormes no horizonte, que oferecem um espetáculo vai te deixar sem palavras.

























Voltando para San Pedro, fui ao Empório Andino, com umas colegas que fiz no passeio, para comer umas empanadas e tomar um capuccino, que custou 8.000 pesos chilenos (em torno de R$ 47), antes de regressar ao Hostel. 


No dia 12 de outubro, meu passeio seria novamente pela tarde, então descansei pela manhã, e aproveitei para ter um almoço legal antes de seguir para o passeio à Laguna Cejar. Almocei no Aura Andina, e escolhi um prato chamado Lomo Romero Chañar, uma delícia. O prato já com bebida custou 24.750 pesos chilenos (em torno de R$ 145). 


Assim que almocei, voltei para o hostel, pois a agência (novamente a Atacama Magic) iria passar para nos buscar para ir à Laguna Cejar. Além do custo da agência, nesse passeio é cobrada uma entrada no valor de 20.000 pesos (em torno de R$ 117). 

A Laguna Cejar, ao contrário do que se imagina, não é a lagoa onde é permitido entrar, mas sim, uma lagoa preservada e com vegetação, onde é permitido somente a contemplação através de decks de madeira que servem de mirantes. O local é acessível através de uma curta caminhada.



Mas, 800m próximo à Laguna Cejar, é possível mergulhar na Laguna Pedra e ter a experiência de não afundar. Mas a água é super gelada, e minhas fotos saíram horríveis. Esse é o grande lago onde não é possível afundar devido a alta densidade de sal presente na água, que chega a 40%, é maior até mesmo que o Mar Morto.


A água é gelada e transparente, sendo permitido entrar e ficar 20 minutos cada grupo. Ao sair da água, você ficará grosso de sal e totalmente branco quando secar. Junto ao receptivo há chuveiros para retirar o sal e vestiário para se trocar. Perto dali, na entrada de acesso à Laguna Tebinquinche, visitamos dois pequenos lagos redondos, abertos pela mineração no passado, que ficaram como se fossem dois olhos no meio do salar, chamados de Ojos del Salar


Para mim, historiadora que sou, o Tebinquinche foi um dos passeios mais incríveis do Atacama, é um grande lago do Salar do Atacama, localizado a 14 km da Laguna Cejar, mas que faz parte do mesmo passeio. No local é feita uma caminhada até a beira do lago somente para contemplação e fotos. Quando não tem vento a imagem das montanhas fica espelhada na água.


















Retornando a San Pedro, jantei novamente no Empório Andino, em torno de 7.700 pesos chilenos. 

No dia 13 de outubro, meu terceiro dia no Atacama, fui ao Valle del Arcoiris, na comunidade de Rio grande, a entrada custa 10.000 pesos chilenos (em torno de R$ 59). Fiz passeio pela manhã. 

O local fica a uma altitude de 3300m, por isso é recomendado que seja feito a partir do segundo dia do seu roteiro, para melhor aclimatação, evitando assim o mal de altitude. 

A diversidade de rochas e falésias, com cores e formatos diferentes, estão presentes por todos os lados que você olha. É uma paisagem absurdamente incrível. As rochas variam em tons avermelhados, esverdeados, cinzas, brancos, amarelos, um verdadeiro arco-íris, dando origem ao seu nome. 



Durante o tour, é feita uma caminhada com o guia pelas rochas do Vale do arco-íris, e ele vai explicando a origem de todas aquelas cores. Elas são assim devido à quantidade de minerais em cada uma delas; devido aos processos de erosão que ocorreram há milhares de anos; e pelo resfriamento da lava dos vulcões. Esse conjunto de fatores deu origem a um lugar único. 



Povoado de Hierbas Buenas e os petroglifosA próxima parada é no povoado de Hierbas Buenas. Esse sítio arqueológico, possui petrglifos (as pinturas rupestres em pedras) encontrados na região de Rio Grande. Veja só, essa é uma das zonas mais antigas que temos conhecimento da ocupação humana. Além disso, ao que tudo indica, faz 11.000 anos que os primeiros homens chegaram por ali. São vários desenhos feitos nas rochas, de vários animais, contando um pouco do que nossos antepassados viveram. 






Na volta para San Pedro, almocei no La Casona. Escolhi um Osobuco al vino tinto com uma cerveja que já tomado na Patagônia Chilena, e deu 24.000 pesos chilenos (em torno de R$ 141).  


Depois do almoço ainda encontrei as amigas que fiz na viagem, e fomos tomar um café no Café Del Desierto, uma delícia. 

 

Ainda jantei no La Manada, 17.500 pesos chilenos (em torno de R$ 103). 

Estavam na programação fazer Geyser del Tatio, Cerro Toco e Tour Astronomico, mas como tive de antecipar minha volta, acabei não fazendo esses passeios. Então, como no dia seguinte iniciei a travessia ao Salar do Uyuni, foi encerrar por aqui meu relato sobre o Atacama, sendo impossível não recomendar que vocês visitem também. Diferentemente do restante do Chile, acho que comi bem e gostei de todas minhas escolhas, embora o custo de tudo seja um pouco acima do que costumo pagar em Recife. 



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